XXIV Congresso ANOREG/BR e VII CONCART: Painel discute impactos da Inteligência Artificial na atividade cartorária

29/11/2024

No painel O Impacto da Inteligência Artificial para Notários e Registradores, Rodrigo Pinho, coordenador de tecnologia do IRTDPJBrasil, destacou cuidados e prioridades no uso de IA

A inteligência artificial (IA) está se consolidando como uma ferramenta essencial para a otimização de processos em diversos setores. Ao ser aplicada corretamente, pode transformar tarefas repetitivas e trabalhosas em soluções rápidas e eficientes, proporcionando ganhos de tempo e aumento da produtividade. Esse foi o principal ponto trabalhado pelos especialistas presentes no XXIV Congresso ANOREG/BR e VII CONCART, na tarde do dia 28/11. 

Rodrigo Pinho, coordenador de tecnologia da Central ONRTDPJ, integrou o painel “O Impacto da Inteligência Artificial para Notários e Registradores”, juntamente com o professor da UFRS e doutor em Ciência da Computação, Ricardo Custódio, o mestre em Economia, Renato Dolci, e o vice-presidente do Operador Nacional do Registro de Imóveis - ONR, Fernando Nascimento.

Ao longo do painel conduzido pela especialista em Direito Digital, Laura Porto, foi discutida a necessidade de delimitar um universo de conhecimento para garantir que a Inteligência Artificial ofereça respostas precisas, relevantes e se atenha à sua tarefa principal.

“No caso do setor cartorário, a ferramenta pode ser alimentada com documentos internos, como manuais e históricos de atendimento, para garantir que as respostas estejam dentro do contexto necessário”, explicou Rodrigo Pinho, representante do IRTDPJBrasil na mesa.

Essa delimitação permite que a IA forneça orientações precisas e rápidas sobre processos específicos, como a assinatura de documentos ou a qualificação de registros. Se alimentada com o conteúdo adequado, a IA pode tornar-se uma aliada poderosa para equipes de suporte, ajudando-as a resolver questões de forma mais ágil.

Em setores como o de cartórios, onde o volume de documentos e a necessidade de qualificação de dados são enormes, a IA pode trazer um grande avanço. Em transações envolvendo empresas com grande número de clientes, como a compra e venda de passivos, por exemplo, documentos com milhares de páginas precisam ser analisados e qualificados manualmente, um processo suscetível a erros humanos. 

“Com a ajuda da IA, é possível automatizar essa tarefa, reduzindo significativamente os erros de digitação e aumentando a precisão na identificação de informações, como CPF, nome de clientes e envolvidos”, afirmou Pinho.

Entretanto, todos os especialistas presentes no painel destacaram que a IA ainda precisa ser aplicada com cautela, principalmente quando se trata de interações com o público final. A complexidade e diversidade das questões que os consumidores podem apresentar exigem um tratamento cuidadoso e uma base de conhecimento mais ampla, algo que a inteligência artificial, por enquanto, ainda não consegue oferecer de forma totalmente eficiente.